segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Concelho

O topónimo principal do concelho, "Paredes" deriva da palavra "parede", no sentido de "muro a cercar um terreno", ou seja, um terreno cercado, sendo possivelmente uma referência à remota ocupação humana do território e à sua arqueologia.
O povoamento do território a que hoje corresponde o concelho de Paredes é bastante remoto, recuando até aos povos nómadas que primitivamente chegaram a esta região. Contudo, muitos dos vestígios que atestavam a sua passagem por este local não chegaram até aos nossos dias, devido à acção destruidora do tempo, salvando-se apenas, em algumas freguesias do concelho, vestígios pré-históricos deste tipo de habitat, principalmente os que estavam relacionados com os cultos funerários destes povos. Exemplos a salientar são a mamoa de Brandião, referida nas Inquirições de 1258 como termo de demarcação, na terra de Aguiar de Sousa, e o dólmen de Vandoma. Relativamente a Vandoma, esta freguesia tornou-se uma chave fundamental na compreensão da História do concelho, no sentido em que foi um importante ponto de surgimento de vestígios pré-históricos, nomeadamente em relação à cultura castreja.
Durante o século VIII, o espaço que constitui o actual concelho de Paredes esteve integrado no vasto território de Anégia. Conquistada aos mouros por Afonso I das Astúrias, estas terras começaram a ganhar uma importância defensiva significativa e à região começaram a convergir movimentos migratórios quer das Astúrias quer do actual centro do país, o que trouxe grandes mudanças em termos de organização e exploração da terra.
Com o território povoado, surgiu a necessidade de o defender, sendo para isso construídos castelos. Por volta do século X, existiu nesta região um importante castelo em Aguiar de Sousa que tinha a responsabilidade de administrar uma vasta região. Também documentados estão os castelos de Vandoma e Baltar que defendiam as terras circundantes, desde Rebordosa e Vilela a Cete.
A origem de Paredes está intimamente ligada ao Julgado de Aguiar de Sousa, um dos mais poderosos julgados de Entre Douro e Minho. As Inquirições de 1220 e de 1258, referem este julgado e dão importantes referências relativas aos primeiros tempos de Aguiar de Sousa como espaço político e administrativo independente.
Segundo as Inquirições de 1220, a zona dominada pelos Sousas foi dividida em dois Termos: o Termo de Ferreira e o Termo de Aguiar de Sousa; mais tarde, nas Inquirições de 1258, a Coroa propõe uma nova divisão mas em dois Julgados: o Julgado de Refojos de Riba d´Ave e o Julgado de Aguiar de Sousa, estando cada um destes Julgados sob a jurisdição de um juiz que representava os interesses do Rei. Aguiar de Sousa, sendo então um território importante no Vale do Sousa, recebeu o foral em 1269 pelo fidalgo Estevão Rodrigues, confirmado pelo rei D. João I e em 1513 reiterado por D. Manuel I. Também em 1269, Baltar foi elevada à categoria de concelho.
Por volta do século XVIII, o pequeno lugar de Paredes, integrado na freguesia de Castelões de Cepeda, foi ganhando importância, e nos finais desse século já possuía paços de concelho e pelourinho. A partir do século XVI, a cabeça do julgado de Aguiar e Sousa era Paredes. O concelho de Aguiar de Sousa foi transferido, em 1770, para o Julgado de Penafiel, e em 1821 é suprimido e as freguesias que lhe pertenciam, anexadas à freguesia de Paredes.
Em 1836, como consequência da reorganização administrativa, foi criado o concelho de Paredes que em 1844 ascendeu à categoria de Vila. Finalmente, em 20 de Junho de 1991 Paredes é elevada à categoria de cidade.